Estatísticas da Copa
Período: 30 de maio a 17 de junho de 1962
Total de jogos: 32
Gols marcados: 89
Média de gols: 2,78 por partida
Artilheiros: (*) Jerkovic (Iugoslávia), Leonel Sanchez (Chile), Albert (Hungria), Ivanov (União Sovietica), Garrincha e Vavá (Brasil) - 04 gols.
(*) Algumas fontes dão Jerkovic da Iugoslavia como único artilheiro da Copa com 05 gols.
Público total: 896.363 pagantes
Média de público: 28.011 pagantes
Brasil conquista o Bi
Em 1962, o Brasil repetiu o sucesso de 1958 e conquistou o bicampeonato mundial.
Na Copa do Chile houve um novo recorde de inscrições. Cinqüenta e seis países se inscreveram para disputar as 14 vagas do Mundial. O Brasil, como país campeão, e o Chile, como anfitrião, estavam automaticamente classificados.
A primeira fase da Copa de 1962 foi marcada por jogos truncados, por uma marcação rigorosa e violenta. Preocupado, o Comitê de Arbritragem da Fifa convocou uma reunião de emergência com todos os juízes e bandeirinhas do mundial, para que o jogo bruto fosse reprimido com mais rigor.
O Brasil teve uma estréia tranqüila, derrotando o México, em Viña del Mar, por 2 a 0, gols de Pelé e Zagalo.
O técnico campeão de 58, Vicente Feola, estava com problemas cardíacos e foi substituído por Aimoré Moreira. O novo dirigente conservou a base da seleção de 1958, trocando apenas o miolo da zaga. Mauro era o capitão no lugar de Belini e Zózimo, do Bangu, ficou com a vaga de Orlando.
No segundo jogo, contra a ótima equipe da Tchecoeslováquia, o Brasil perderia sua maior estrela. Pelé sofreu uma distensão no músculo da virilha e estava fora do restante da Copa.
Pelé continuou em campo mancando, pois na época não eram permitidas substituições durante os jogos. A partida terminou empatada sem gols.
A Guerra da Semi-Final
Os "olheiros" da delegação brasileira descobriram um plano dos chilenos para pertubar o time do Brasil na chegada da seleção à capital Santiago.
Seguindo o plano traçado pelo chefe da delegação, Paulo Machado de Carvalho, a seleção viajou de trem, evitou comer as refeições oferecidas a bordo, preferindo os sanduíches comprados em Viña del Mar.
Os jogadores desceram duas estações antes do destino final, seguindo de ônibus diretamente para o estádio Nacional, driblando a multidão que foi à estação de trem para hostilizar os brasileiros.
Diante de quase 80 mil espectadores, o Brasil se impôs com outro show de Garrincha, que marcou duas vezes no primeiro tempo. Pouco antes do fim da etapa inicial, Toro reacendeu a esperança da torcida local, descontando para o Chile.
Logo no começo do segundo tempo, Vavá restabeleceu a vantagem de dois gols para o Brasil.
Leonel Sanchez ainda diminuiria de pênalti aos 16 minutos, e aos 32, novamente Vavá balançaria a rede do Chile, que não encontrou forças para reagir.
Quase no final do jogo, Garrincha, cansado de apanhar do seu marcador Rojas, revidou uma entrada desleal com um pontapé no traseiro do lateral chileno. O árbitro peruano Arturo Yamasaki expulsou Garrincha, que ainda levou na saída uma pedrada de um torcedor.
Na outra semifinal a Tchecoslováquia venceu a Iugoslávia por 3 a 1 e se classificou para enfrentar os brasileiros na final.
A Final
Como em 1958, o adversário do Brasil saiu na frente, com um gol de Masopust, aos 14 minutos do primeiro tempo.
Mas o Brasil tinha Garrincha. Sempre que pegava na bola, Garrincha atraía a atenção de pelo menos três adversários. Assim, Amarildo, Zito e Vavá, tiveram espaço necessário para marcar os gols que deram o bicampeonato mundial ao Brasil. As atuações sensacionais de Garrincha não deixaram que o Brasil sentisse falta do rei Pelé.
A Violência da copa
A Copa do Chile foi marcada pela introdução do chamado futebol-força jogado pelos europeus que, através do preparo físico esmerado, nivelava por baixo os jogadores.
Dois jogadores tiveram a perna quebrada e seis foram expulsos durante o torneio, tendo sido marcadas oito penalidades máximas.
O jogo bruto dava uma idéia do que seria a próxima Copa do Mundo a ser disputada na Inglaterra, em 1966.
A Seleção brasileira: Gilmar, Castilho, Djalma Santos, Jair Marinho, Belini, Mauro, Zózimo, Nilton Santos, Altair, Jurandir, Zito, Zequinha, Mengálvio, Didi, Jair da Costa, Garrincha, Amarildo, Coutinho, Pelé, Vavá, Pepe e Zagalo.
GRUPO A |
30/05 |
Uruguai |
2 x 1 |
Colombia |
Arica |
31/05 |
União Soviética |
2 x 0 |
Iugoslávia |
Arica |
02/06 |
Iugoslávia |
3 x 1 |
Uruguai |
Arica |
03/06 |
União Soviética |
4 x 4 |
Colombia |
Arica |
06/06 |
União Soviética |
2 x 1 |
Uruguai |
Arica |
07/06 |
Iugoslávia |
5 x 0 |
Colombia |
Arica |
GRUPO B |
30/05 |
Chile |
3 x 1 |
Suíça |
Santiago |
31/05 |
Itália |
0 x 0 |
Alemanha Ocidental |
Santiago |
02/06 |
Chile |
2 x 0 |
Itália |
Santiago |
03/06 |
Alemanha Ocidental |
2 x 1 |
Suíça |
Santiago |
06/06 |
Alemanha Ocidental |
2 x 0 |
Chile |
Santiago |
07/06 |
Itália |
3 x 0 |
Suíça |
Santiago |
GRUPO C |
30/05 |
Brasil |
2 x 0 |
México |
Viña del Mar |
31/05 |
Tchecoslováquia |
1 x 0 |
Espanha |
Viña del Mar |
02/06 |
Brasil |
0 x 0 |
Tchecoslováquia |
Viña del Mar |
03/06 |
Espanha |
1 x 0 |
México |
Viña del Mar |
06/06 |
Brasil |
2 x 1 |
Espanha |
Viña del Mar |
07/06 |
México |
3 x 1 |
Tchecoslováquia |
Viña del Mar |
GRUPO D |
30/05 |
Argentina |
1 x 0 |
Bulgária |
Rancagua |
31/05 |
Hungria |
2 x 1 |
Inglaterra |
Rancagua |
02/06 |
Inglaterra |
3 x 1 |
Argentina |
Rancagua |
03/06 |
Hungria |
6 x 1 |
Bulgária |
Rancagua |
06/06 |
Argentina |
0 x 0 |
Hungria |
Rancagua |
07/06 |
Bulgária |
0 x 0 |
Inglaterra |
Rancagua |
QUARTAS-DE-FINAL |
10/06 |
Chile |
2 x 1 |
União Soviética |
Arica |
10/06 |
Iugoslávia |
1 x 0 |
Alemanha Ocidental |
Santiago |
14/06 |
Brasil |
3 x 1 |
Inglaterra |
Viña del Mar |
14/06 |
Tchecoslováquia |
1 x 0 |
Hungria |
Rancagua |
SEMIFINAL |
13/06 |
Brasil |
4 x 2 |
Chile |
Santiago |
13/06 |
Tchecoslováquia |
3 x 1 |
Iugoslávia |
Viña del Mar |
Disp. 3o. Lugar |
16/06 |
Chile |
1 x 0 |
Iugoslávia |
Santiago |
FINAL |
17/06 |
Brasil |
3 x 1 |
Tchecoslováquia |
Santiago |
Com o resultado o Brasil ficou com o título da Copa do Mundo de 1962 (Taça Jules Rimet). |