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Dia Sete de Janeiro de Mil Novecentos e Setenta e Quatro, idealizado pelo prestigioso radialista Mauro Pinheiro, reuniram-se na capital paulista representantes de todas as associações de cronistas esportivos do Brasil, evento brilhante, não somente pela presença de altas autoridades políticas e desportivas, como principalmente pela importância dos jornalistas presentes, os quais ficaram hospedados no confortável Hotel San Rafael, um tradicional “cinco estrelas” de saudosa memória.

O ponto alto do acontecimento deu-se na noite desse mesmo dia, quando na sede dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo, a rua Rego Freitas, presenciado pelo ilustre Governador, dr. Laudo Natel e outras figuras notáveis, como, dr. Henry Aidar, Romeu Agnelli, dr. Luiz Murgel, Ari Silva e dezenas de jornalistas ligados aos esportes, aconteceu a fundação da Abrace, Associação Brasileira de Cronistas Esportivos.

Na ata da fundação várias medidas foram tomadas, inclusive com a criação de comissões, para a elaboração do estatuto da nova entidade, e numa delas para qual fui designado, tive o convívio de alguns companheiros, dentre eles o representante do Paraná, jornalista Clemente Ivan Comandulli. Lembro-me bem que fora do nosso trabalho conversávamos muito sobre o futebol, eu contando historias do futebol carioca e ele narrando passagens do paranaense.

Nunca mais esqueci de uma passagem acontecida em 1948 pelo certame do Paraná, quando o árbitro Alexandre Glock expulsou do campo vinte e um jogadores os quais brigavam com murros e ponta pés, só não expulsando Biguá porque estava amarrando as chuteiras fora do gramado. O jogo era entre o Atlético Paranaense e o Ferroviário. Dias após no julgamento pelo TJD todos os jogadores foram absolvidos e somente o árbitro punido com 30 dias de suspensão! Contou-me também que pelo campeonato brasileiro de 1960, denominado na época Taça Brasil, Coritiba e Grêmio Portoalegrense empataram por 1x1, depois 3x3 e por último novamente por 1x1. Nessa 3ª partida houve prorrogação de 30 minutos, permanecendo o empate por 0x0. Por essa razão a partida foi decidida por sorteio no cara ou coroa e venceu o Grêmio.

As passagens que contava sobre o futebol do Paraná eram de uma riqueza de detalhes impressionante e era fácil analisar a sua imparcialidade, porém, defendia com brilhantismo o futebol do seu Estado, e foi pela sua capacidade profissional que já tinha recebido na época inúmeras homenagens partidas não somente da Federação Paranaense de Futebol, mas principalmente da sua Associação de Cronistas Esportivos, as quais criaram com seu nome “Clemente Comandulli”, o Cronista Taça Cidade de Curitiba, o qual ficou imortalizado, sendo ainda Benemérito da Federação Paranaense de Futebol. O notável jornalista trabalhou nos jornais, Paraná Esportivo, Gazeta Sportiva, (correspondente) Gazeta do Povo e o Estado de São Paulo (correspondente) e na TV Paranaense além das emissoras das Rádios, Guairacá, Emissora Paranaense, Rádio Clube Paranaense, Rádio Colombo e Rádio Universo.

Seu nome completo era Clemente Ivan Francisco Comandulli, nascido em Antonina no Estado do Paraná, em 23 de Novembro de 1927 e falecido em Curitiba em 30 de Dezembro de 1975, aos 48 anos, estando sepultado no Cemitério da Água Verde, em Curitiba, tendo deixado esposa, senhora Eliete Molinari Comandulli, os filhos Ivan e Lia Comandulli, e milhares de admiradores que aplaudiam os seus escritos e o seu falar cintilante.

Jornalista Clemente Comandulli
Clemente Comandulli na neve de Curitiba de 1975, ano em que viria a falecer.


Artigo de Lóris Baena Cunha, historiador do futebol e Presidente do Conselho Superior da Associação de Cronistas Esportivos do Rio de Janeiro, com autorização para o www.campeoesdofutebol.com.br.
Página adicionada em 20 de dezembro de 2013.