Uma das maiores rivalidades do futebol paulista e brasileiro, tem a alcunha de Clássico da Saudade. Santos versus Palmeiras já se enfrentaram por 344 vezes, com grande vantagem para a Sociedade Esportiva Palmeiras que obteve 149 vitórias, contra 107 da equipe santista.
A primeira partida entre as duas equipes ocorreu em 03 de outubro de 1915, no campo do Velódromo, com vitória do peixe por sete a zero (amistoso). Na época o Palmeiras ainda se chamava Societa Sportiva Palestra Itália, nome que durou até março de 1942.
Entre todos os jogos realizados pelo dois clubes o que mais é lembrado pelos estudiosos e torcedores foi a de 1958, a partida dos treze gols.
A histórica partida de 1958
Pelé era ainda um menino e começava sua carreira como Rei do Futebol. Tinha a seu lado grandes craques, como o goleiro Manga e os consagrados Jair da Rosa Pinto, Pepe, Pagão e outros. Um público de mais de 43 mil pessoas acompanharam, naquela noite de chuva, a partida com maior número de gols do clássico.
O Palmeiras que chegou a estar perdendo por 5 a 2, virou para 6 a 5, mas dois gols de Pepe deram numeros finais a partida, que terminou em sete a seis para o Santos. O Palmeiras jogou de camisa verde, e o Santos com a sua tradicional de cor branca.
Foi uma das maiores partidas do futebol brasileiro de todos os tempos e válido pelo Rio-São Paulo, o torneio embrião da Taça Brasil e do campeonato brasileiro. Vale lembrar que apesar dos esquadrões, quem ficou com o título foi o Vasco da Gama.
Pepe, um dos maiores craques de todos os tempos da equipe do peixe, em uma entrevista recordou o jogo da seguinte forma: “Foi o maior clássico entre Santos e Palmeiras. Terminou 7 a 6 para nós e eu fiz três gols”. Na mesma entrevista disse: “O técnico do Palmeiras era Oswaldo Brandão, que resolveu colocar o Valdemar Carabina, um zagueiro alto e forte, na direita para me marcar. Fiz um salseiro pela esquerda”, recordou.
Antonio Guzman, que cobriu a partida pelo Diário da Noite, descreveu a partida da seguinte maneira:
"Raras vezes o torcedor de football teve a oportunidade de presenciar um espetáculo tão maravilhoso como o de ontem a noite (...). Encontro sensacional e dramático ao extremo até o ultimo instante com os nervos da excepcional platéia que lotou completamente todas as dependências do próprio da Municipalidade".
Eis a ficha técnica:
Santos 7 x 6 Palmeiras
Data: 06/Março/1958
Competição: Torneio Rio São Paulo - Local: Estádio do Pacaembu
Renda: Cr$ 1.676.995,00 - Público: 43.068
Árbitro: João Etzel Filho
Gols: Urias aos 18, Pelé aos 21, Pagão aos 25, Nardo aos 26, Dorval aos 32, Pepe aos 38 e Pagão aos 46 minutos do primeiro tempo; Paulinho aos 16, Mazola aos 19 e 27, Urias aos 34, Pepe aos 38 e 41 minutos do segundo tempo.
Santos: Manga; Hélvio (Urubatão) e Dalmo; Ramiro, Fiotti e Zito; Dorval, Jair da Rosa Pinto, Pagão (Afonsinho), Pelé e Pepe. Técnico: Lula
Palmeiras: Edgard (Vitor); Waldemar Carabina e Édson; Formiga (Maurinho), Valdemar de Fiúme e Dema; Paulinho, Nardo (Caraballo), Mazzola, Ivan e Urias. Técnico: Oswaldo Brandão
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Fonte: Arquivo Pessoal de Sidney Barbosa da Silva; Correio Paulistano, de 07 de março de 1958; Diario da Noite, de 07 de março de 1958. Página adicionada em 20 Janeiro 2021. - atualizada em 05 Agosto 2025.
