Os mais antigos lembram. Vencia o Metropol, algo bastante comum por anos a fio, e os felizes torcedores saíam em passeata pelas ruas cobertas de poeira de carvão, em Criciúma, para comemorar levando consigo um carneiro. Lembranças que mantém vivo o velho clube da Metropolitana, no dia dos 65 anos da sua fundação.
Em 15 de novembro de 1945, o Metropol surgiu sem muitos recursos. Por bastante tempo, esteve à margem das fortes disputas entre Atlético Operário, Comerciário, Ouro Preto, Boa Vista, Próspera e outros, que dominavam a cena.
Eis que um mecenas apareceu na vida do clube. No final dos anos 50, uma greve de mineiros complicava as atividades da Carbonífera Metropolitana. Surgiu de Dite Freitas a ideia da criação de um time de futebol para oferecer diversão aos trabalhadores. Visto com desconfiança no início, o plano prosperou e dele surgiu um dos maiores clubes de futebol da história de Santa Catarina.
O renascido Metropol, já sob o jugo do poderoso Grupo Freitas Guglielmi, mandou no futebol catarinense. Com um profissionalismo à frente da época, sagrou-se campeão estadual em 1960, 1961, 1962, 1967 e 1969.
Neste período, nasce o apelido "carneiro". A torcida do Comerciário, vendo o adversário vencer, dizia que os torcedores nunca se manifestavam contra os dirigentes, pois eram na sua maioria funcionários deles, nas minas de carvão. Assim, eram "carneiros" nas mãos dos patrões. A zombaria chamou tanto a atenção que o Metropol a transformou em mascote.
Com o desencanto de Dite Freitas e a dissolução da sociedade dos Freitas e dos Guglielmi, o Metropol abandonou o futebol profissional logo após a conquista do Estadual de 1969.