Fundado com o objetivo de abafar uma greve de mineiros e aproximar empregados e patrões através do esporte. As cores de origem do clube eram preta, branca e amarela. Segundo José da Silva Jr., no livro "Histórias que a Bola Esqueceu" (1996), foi o comerciante, vice-presidente do clube e torcedor do Palmeiras (SP) Airton Guidi quem sugeriu as novas cores verde e branco.
O Metropol foi, na década de 60, o time mais vitorioso da cidade e do Estado. Com o patrocínio da Carbonífera Metropolitana (então pertencente às famílias de Diomício Freitas e Santos Guglielmi), do mais bem sucedido empresário da época, o senhor Dite Freitas, o Metropol manteve a hegemonia do futebol catarinense durante toda a década e conseguiu importantes títulos para a cidade e para o estado de Santa Catarina.
A cidade de Criciúma aparecia nos jornais graças ao futebol, e a cidade era feliz por isso. Até um padre agradecia nos sermões de domingo pela benção chamada "Esporte Clube Metropol".
Uma das primeiras formações do Metropol. Foto: acervo Osny Meira/Adalberto Klüser.
Em pé: Foguinho, Pedro Sátiro, Barbosa, Mineiro, Beregarai, Idílio e Aldo. Agachados: Carlinhos, Lorinho, Bóca, Venésio e Almerindo.
Apesar de encontrar-se fechado para o futebol profissional, atuando apenas no futebol amador da região da grande Criciúma, na Liga Amadora da Região Mineira (LARM), o clube METROPOL é considerado até hoje por muitos especialistas, jornalistas e torcedores o maior clube de futebol do estado de Santa Catarina, em vista das suas conquistas nos anos 60 e a excursão realizada pela Europa em 1962, um fato raro para a época em clubes fora do eixo Rio-São Paulo.
Não são raras manifestações de amor a este clube e de lembretes de sua grandiosidade naqueles tempos, principalmente por jornalistas esportivos mais antigos, como Roberto Alves e outros.
Foi o primeiro clube catarinense a se destacar como "o clube de Santa Catarina", ja que pessoas de todas as partes do estado torciam para o verdão do bairro metropolitana. O Departamento de futebol profissional foi desativado em 1969, após a conquista do campeonato catarinense daquele ano.
A polêmica de 1968
Um episódio marcante da história do Metropol foi a forma como o clube foi desclassificado da extinta Taça Brasil. Em 1968, o Metropol enfrentou o Botafogo no Maracanã, pelas quartas-de-final, e perdeu por 6x1. O segundo jogo foi em Florianópolis no Estádio Adolfo Konder, pois o Estádio Euvaldo Lod em Criciúma não tinha condições de abrigar esta partida. Neste jogo, a vitória foi do Metropol por 1x0. Com isso teria de haver um terceiro jogo no Rio de Janeiro. O time viajou para fazer a terceira partida na Guanabara, mas chovia muito e, a partida que estava empatada por um gol foi suspensa aos 10 minutos do segundo tempo. A CBD mandou o Metropol pra casa e avisaria o dia do próximo jogo (ou continuação da partida), e avisaram, só que na véspera do jogo, não tendo como o Metropol comparecer (não daria tempo). O Botafogo ficou com a vaga e disputou a semifinal com o Cruzeiro passando a final e vencendo o Fortaleza, ficando com o título.
Os jogos na Europa
Começou com a viagem no dia 27 de abril de 1962, e retornou no dia 30 de julho, numa das mais extensas apresentações do futebol brasileiro no velho continente. Segundo dados do jornalista da delegação, o senhor Hilario de Freitas, o Metropol viajou 63,5 horas de avião, 78 horas de trem, 13 horas de navio, e 126 horas de ônibus.
Foram 23 partidas em cinco países, com 13 vitórias, seis empates e quatro derrotas. Marcou 53 gols e sofreu 35, com um saldo positivo de 18 gols. Elario foi o artilheiro da excursão, com 17 gols, seguido de Nilzo, com 8 gols, Helio, 7 gols, Marcio, Pedrinho, Arpino e Valdir marcaram 4 vezes cada, Parana fez 3 gols e Sabia 2 gols. »
confira a relação dos jogos.
Atletas que fizeram história
Nos nove anos, dois meses e seis dias como profissional o EC Metropol foi administrado pela sociedade Freitas - Guglielmi. Neste período 176 atletas vestiram a camisa do time dos mineiros da Carbonifera Metropolitana. Dos 466 jogos que o clube realizou, quem mais atuou foi o goleiro Rubens, com 271 partidas, seguido do lateral Tenente, com 202 jogos, e pelo zagueiro Hamilton 183 partidas. O Tanque (apelido) Idésio é disparadamente o maior artilheiro da historia, com 140 gols, em 166 jogos. Seguido por Nilso com 83, Madureira com 62 e Valdir com 52 gols.
Estatisticas Gerais do Metropol
Os jogos do periodo profissional abrange 466 partidas disputadas em sua fase profissional de 1960 a 69. Ao todo são 265 vitórias, 113 empates e 88 derrotas. Os registros do Metropol são realizados até hoje pelo Torcedor Divino Antonio da Silva. Os jogos amadores e de aspirantes, do periodo de 1945 a 1960, infelizmente nao foram documentados.
Estádio Euvaldo LodiO estádio Euvaldo Lodi foi inaugurado no dia 23 de dezembro de 1952, no duelo entre Metropol e Comerciário (atual Criciúma Esporte Clube). O árbitro foi Mário Ruiz, e o placar foi Comerciário 3 x 2 Metropol.
A maior goleada aplicada pelo clube no estádio foi em 20/1/1963 – Metropol 12 x 1 Flamengo (Curitibanos), pelo Campeonato Catarinense.
O último jogo da era Metropol ocorreu no dia 14 de dezembro de 1969. A equipe venceu o Palmeiras (mais tarde Blumenau EC) por 2 x 0.
O Estádio Euvaldo Lodi mudou o nome para Estádio João Estêvão de Souza em 1975. Atualmente serve apenas para treinamentos e jogos de clubes amadores.
O Euvaldo Lodi foi, durante anos, o palco de conquistas do Metropol, o time dos Carneiros (apelidado por seus adversários pois diziam que os jogadores eram "puxa-sacos" dos patrões). A foto acima é mostrada errôneamente por grande parte da mídia como sendo o Adolfo Konder.