Terminou na noite desta terça-feira, 14 de abril de 2009, a polêmica sobre o campeão carioca de 2002, mais conhecido como "Caixão" - título que estava sub judice.
Sete anos depois de o Fluminense eliminar o Bangu na semifinal e se classificar para a decisão contra o Americano, o Tribunal de Justiça Desportiva (TJD/RJ) ratificou o título conquistado no campo. O julgamento durou cerca de 30 minutos e os auditores do TJD/RJ deram a vitória ao Tricolor por 7 a 1.
O Relator Antônio Vanderler votou no sentido de negar o mandato de garantia, declarando o Fluminense campeão carioca de 2002 e o Americano vice.
Além do Relator, os Auditores que votaram em favor do título ao Fluminense foram: José Antônio Augusto, Jorge Luiz Lira, Márcio Amaral, José Augusto di Giorgi, Henrique Maués. A única divergência foi do auditor Daniel de Marco, que mesmo tendo seguido os seus colegas auditores, entende que a Federação é quem deve declarar o Fluminense campeão carioca de 2002, e não o Tribunal.
Com a decisão, o Flu passa oficialmente a ter um total de 30 títulos cariocas.
O advogado tricolor, Mário Bittencourt, comemorou a decisão do Tribunal, que, segundo ele, resolveu o problema de forma imparcial após quase uma década de polêmicas e discussões sobre quem era realmente o campeão carioca de 2002.
O advogado do Bangu (que promoveu a ação), José Mauro do Couto Filho, disse que conversará com os dirigentes do clube de Moça Bonita para saber se vai recorrer da decisão no Superior Tribunal de Justiça Desportiva.
A PolêmicaO julgamento foi em relação a um mandado de garantia interposto pelo Bangu, que contestava a conquista do título pelo Fluminense. Na ocasião, a polêmica aconteceu na semifinal entre o Tricolor e o Alvirrubro, quando, durante a prorrogação, o árbitro Reinaldo Ribas anulou um gol legítimo do goleiro Eduardo, que foi para a área do Fluminense e mandou, de cabeça, a bola para o fundo da rede. Segundo a arbitragem, Eduardo teria usado a mão para colocar a bola nas redes, fato contestado pelo Bangu, que usou imagens da televisão para entrar com um processo pedindo a anulação do jogo. O árbitro acabou, também, expulsando diversos jogadores do Bangu. O empate classificou o time das Laranjeiras para a decisão. O recorrente queria, então, que a partida fosse novamente disputada.
Uma outra polêmica sobre o campeonato foi a mudança no regulamento. O Americano de Campos ganhou os dois turnos, no entanto, o regulamento foi alterado e um octogonal foi disputado, no qual o Americano, Friburguense, Fluminense e Bangu se classificaram para as semifinais.
O Americano ainda poderia ter entrado como terceiro interessado no processo, mas para Bittencourt o clube de Campos deveria ter feito isso há sete anos. Apesar do impasse, o clube do Norte Fluminense queria ser reconhecido como campeão. “O grande prejudicado desta história toda foi o Americano, que ganhou os dois turnos e não foi considerado campeão”, disse o presidente do clube, César Gama, em entrevista ao site Justiça Desportiva.
O advogado do Bangu, José Mauro Couto Filho, confessou que esperava este resultado, já que o clube de Moça Bonita pleiteava o direito de jogar uma nova partida com o Tricolor, na época.
“Era um resultado até certa forma esperado. Ate porque, depois de sete anos, se fosse acatado o pedido do Bangu, seria impossível viabilizar uma nova partida”, completou o advogado.