ISCÍbis


História do Íbis

Já foi considerado o pior time do mundo.


 


Loja Campeões do Futebol


Ficha do clube

Escudo do Íbis   Íbis Sport Club
  Fundado em 15 de novembro de 1938
  Endereço.: Santo Amaro - Recife (PE) (em 2018 estava sediado em Olinda)
  Site: ibismania.com; www.ibissportclub.com (desativados).


Escudo anterior

Distintivo do Íbis
O tradicional escudo do Íbis foi utilizado até 31 de dezembro de 2008; após esta data foi utilizado este acima, criado pelo Ibis Marketing. Depois de um periodo, retornou ao tradicional.


História

Fundado no dia 15 de novembro de 1938 pela Tecelagem de Seda e Algodão de Pernambuco (TSAP), tendo à frente Amaro Silva, Onildo Ramos e Alex Codiceira, além do proprietário da fábrica, surge o Íbis, da necessidade de lazer dos operários. Entretanto, quando o proprietário da empresa, João Pessoa de Queiroz faleceu, seus herdeiros não tiveram interesse pela agremiação.

Foi quando o gerente Onildo Ramos decidiu assumir o clube. Desde lá, o nome da família sempre esteve ligado ao Íbis Sport Club, o Pássaro Preto, que passou a disputar o campeonato da primeira divisão apenas em 1947.

Origem do nome e as cores

Nascido em um bairro boêmio, vendo as manhãs de sol, a origem do nome do clube vem do Egito; o Íbis é uma ave negra, pernalta, e é adorada pelos naturais da Região. Reza a lenda que essa ave que enfeita o símbolo do Íbis trasmite azar.

Desde a sua fundação até os dias de hoje as suas cores sempre foram vermelha e preta. Foi durante muito tempo cognominado pela imprensa pernambucana como o "rubro negro das Salinas", homenagem ao Santo Padroeiro do bairro de Santo Amaro das Salinas.

Origem Escudo do Íbis
O escudo e as cores do Íbis foram inspiradas no logo da Tecelagem de Seda e de Algodão de Pernambuco (TSAP), como se pode ver na imagem acima.

O primeiro jogo do Íbis

Matéria do Jornal do Commercio. Página 6. Sexta-feira, 18 de novembro de 1938.

Íbis x Vasco

" Iniciando suas atividades pebolísticas, o Íbis S. Clube, composto de elementos da TSAP, enfrentou na terça-feira última o “onze” do Vasco Football Clube.

Às 14 horas, um grupo de operários da Tecelagem foi ao centro da cancha e ofereceu uma artística taça à diretoria do Íbis, agradecendo ao Snr. Luís Silvério. Em seguida realizou-se a partida secundária, que terminou com a vitória do Vasco por 5X3.

Às 16 horas iniciou-se o encontro principal. Decorridos 12 minutos de luta, o ponta direita do Íbis, aproveitando uma indecisão da zaga local, obtém o primeiro tento da tarde, o que lhes garantiu uma estréia auspiciosa nos desportos suburbanos.

No período final, os players vascaínos tudo fizeram para anular a vantagem dos visitantes sendo mesmo exigido a substituição do árbitro e abusado do jogo violento, mas, não conseguiram romper a defensiva do Íbis, que saiu invicta no seu primeiro encontro. A peleja terminou, pois, com a justa vitória dos rapazes da tecelagem de seda e algodão, pelo score mínimo "
.

O título de "Pior do Mundo"

Em mais de 70 anos de existência, a principal conquista do Íbis, foi o título "honorário" de pior time do mundo. A notoriedade começou no campeonato pernambucano de 1979, cujo balanço do Íbis foi o seguinte: doze jogos, doze derrotas, 51 gols contra e um a favor (marcado contra pelo zagueiro Cícero, do Sport, na goleada de 8x1). Mesmo após passar anos sem ganhar um único jogo e levando goleadas "estrondosas", o clube só foi rebaixado para a segunda divisão em 1995.

As dificuldades do clube, porém, vem de longe. No campeonato de 1950, em um dos jogos, só apareceram seis jogadores. O limite mínimo da partida era de sete atletas.

Para completar o time, o ex-presidente Ozir Ramos calçou as chuteiras e entrou em campo. "Pior time do mundo" virou um tipo de slogan do clube, que assim passou a ser noticiado em todo o Brasil e até nos EUA, onde a sucessão de derrotas chegou a ser citada em uma edição do "New York Times", um dos jornais mais importantes do mundo.

Ozir Ramos Junior
Ozir Ramos Junior foi presidente do Ibis. Foto de Março/2011 no Blog da Federação Pernambucana de Futebol.

Afinal como lembra Ozir, para o rubro-negro mais que competir o "importante é existir".

Jogadores na Seleção Brasileira

Se o time principal só deu vexame, as divisões inferiores, pelo menos, têm um passado mais glorioso. Foi no Íbis que começou Vavá, bi-campeão mundial em 1958 e 1962, a dar seus primeiros passos com a bola . Outros dois ex-jogadores de Seleção Brasileira que usaram a camisa rubro-negra foram o lateral santista Rildo, em 1959, e o meia direita Bodinho, sensação do Internacional de Porto Alegre, na década de 50.

E os anos seguem...

Em 1999, o Íbis conquistou o vice-campeonato Estadual da Segunda Divisão, garantindo seu retorno à elite do futebol pernambucano no ano de 2000.

Em 01 de junho de 2011, a Federação Pernambucana desclassifica o Íbis e mais seis clubes da disputa da segunda divisão. O motivo: não cumprimento do prazo para inscrição de atletas.

Em 2018 o Ibis chega até as quartas de finais do campeonato pernambucano da Série A2, caindo no penais (5x4), após dois empates com o Serrano (1x1 e 0x0).

Em 2021 o Íbis conquista o vice-campeonato da Série A2, a segunda divisão, e retorna para a "elite" do futebol pernambucano. A fase descisiva contou com 4 equipes, Caruaru City, Ibis, Petrolina e America de Recife. O Caruaru foi campeão com o mesmo numero de pontos do "Pássaro Preto" (cinco), levando o título no saldo de gols. No Campeonato Pernambucano da Série A1 de 2022 garantiu permanência na edição 2023.

Em 2023, o Íbis alcançou a sua 48ª participação na Série A1 do Campeonato Estadual, registrando como melhor campanha no certame o 5° lugar – em quatro edições da competição. O Pássaro Preto também acumula 25 participações no Campeonato Pernambucano Série A2 (até 2024), no qual foi vice-campeão em duas oportunidades: 1999 e 2021, os anos dos últimos acessos do clube no cenário estadual. Em 2024 participou da Série A2 e, em 2025, iria participar da Série A3 do Pernambucano.

A HISTÓRIA CONTADA POR CHICO DO TÁXI à Revista Placar no ano de 1984 (*1)

O Íbis Somos Nós
Um belo dia, no Recife, jogaram Santa Cruz e Íbis. De repente, um milagre acontece: o Íbis marca um gol, fato raro em sua história. Emudecida, a torcida do grande Santa Cruz percebe que um solitário homem comemora o feito. E parte para cima dele, tentando calar seu grito.

O torcedor do Íbis só não saiu moído do estádio porque o ex-lutador Pantera, torcedor-símbolo do Santa, apartou o massacre, com um argumento convincente: "Se vocês matarem esse homem, vão matar toda torcida do Íbis !"

O futebol é pouco, mas que simpatia !
Chico do TáxiAquele homem era Francisco Imperiano, o Chico do Táxi (foto ao lado), motorista aposentado, 60 anos, ironicamente apontado em Recife como o único torcedor do fragilíssimo Íbis Sport Club, tradicional saco de pancadas do futebol pernambucano.

Alto, grisalho, mãos trêmulas, Chico do Táxi é a memória viva (talvez a única) da história do Íbis. É só puxar conversa para ver:

"O Íbis foi fundado em 1938, pela Tecelagem de Seda e Algodão de Pernambuco, mas só em 1946 passou a disputar o campeonato da primeira divisão. Naquele ano, foi campeão juvenil, derrotando o Náutico, na final, por 2 a 1, gols de Saturnino. O time era este: Ferro Velho, Cido e Amaro; Galego, Nelson e Odilon; Arnaldo, Carioca, Saturnino, Pedrinho e Santo Cristo".

E Chico do Táxi vai desfiando suas memórias, relembrando, sempre que possível, as ralas glórias do Íbis, nome do pássaro preto que é símbolo da tecelagem que lhe deu origem. Chico conta os casos com a mesma paixão de quem, quando na ativa, carregava em seu táxi o material dos jogadores para o local dos treinos ou dos jogos, e ainda hoje é visto levando água mineral para o vestiário do seu time, nos intervalos dos jogos.

Os mais velhos, em Recife, lembram-se que o Íbis, até o final dos anos 50, era time de respeito, de amedrontar os grandes e vender caro as derrotas. Então a Tecelagem de Seda e Algodão de Pernambuco desistiu de patrocinar o clube, mandando que o seu então presidente, Amaro Silva, enviasse à Federação o pedido de desfiliação do clube. Mas o ex-jogador e hoje presidente do clube, Ozir Ramos, não só sumiu com o ofício como levou o patrimônio do Íbis para sua casa. E a casa de Ozir virou sede do time, condição que persiste até hoje.

O fato, porém, é que o Íbis deixou de ser aquele osso duro de roer, para se tornar fraquinho como é.

Certamente, não seria com nenhum orgulho que o velho Chico do Táxi descreveria a campanha do seu time no campeonato pernambucano de 83: íultimo colocado, 5 pontos ganhos em 18 jogos, nenhuma vitória, 13 derrotas, 5 empates; 11 gols a favor (neste item só superou o Ferroviário, que marcou 5); defesa mais vazada, sofrendo nada menos que 73 gols; finalmente no fim do campeonato, registrava um débito de mais de 1 milhão de cruzeiros junto à Federação Pernambucana.

Mas, se falta futebol ao Íbis, não lhe falta simpatia.

Mascote do Íbis Durval, um dos primeiros goleiros
O Pássaro Preto é o Mascote; Durval, um dos primeiros goleiros do Íbis. Fonte: Donosdoclube.



Mais Íbis SC


História Títulos Hino Todos os Jogos Arquivo   + Clubes


Por Sidney Barbosa da Silva. Fontes: Jornal do Commercio. Página 6. Sexta-feira, 18 de novembro de 1938; Donosdoclube, www.arquivodeclubes.com, www.campeoesdofutebol.com.br, Revista Placar, 500 Maiores Times do Brasil, de maio/1997; (*1) Texto extraído da Revista Placar, de 13/Janeiro/1984, matéria de Lenivaldo Aragão. Página adicionada em 27 Julho 2011; atualizada em 12 Outubro 2025.