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Fundado no dia 15 de novembro de 1938 pela Tecelagem de Seda e Algodão de Pernambuco (TSAP), tendo à frente Amaro Silva, Onildo Ramos e Alex Codiceira, além do proprietário da fábrica, surge o Íbis, da necessidade de lazer dos operários. Entretanto, quando o proprietário da empresa, João Pessoa de Queiroz faleceu, seus herdeiros não tiveram interesse pela agremiação.

Foi quando o gerente Onildo Ramos decidiu assumir o clube. Desde lá, o nome da família sempre esteve ligado ao Íbis Sport Club, o Pássaro Preto, que passou a disputar o campeonato da primeira divisão apenas em 1947.

Origem do nome e as cores

Nascido em um bairro boêmio, vendo as manhãs de sol, a origem do nome do clube vem do Egito; o Íbis é uma ave negra, pernalta, e é adorada pelos naturais da Região. Reza a lenda que essa ave que enfeita o símbolo do Íbis trasmite azar.

Desde a sua fundação até os dias de hoje as suas cores sempre foram vermelha e preta. Foi durante muito tempo cognominado pela imprensa pernambucana como o "rubro negro das Salinas", homenagem ao Santo Padroeiro do bairro de Santo Amaro das Salinas.

O primeiro jogo do Íbis

Matéria do Jornal do Commercio. Página 6. Sexta-feira, 18 de novembro de 1938.

Íbis x Vasco

" Iniciando suas atividades pebolísticas, o Íbis S. Clube, composto de elementos da TSAP, enfrentou na terça-feira última o “onze” do Vasco Fotball Clube.

Às 14 horas, um grupo de operários da Tecelagem foi ao centro da cancha e ofereceu uma artística taça à diretoria do Íbis, agradecendo ao Snr. Luís Silvério. Em seguida realizou-se a partida secundária, que terminou com a vitória do Vasco por 5X3.

Às 16 horas iniciou-se o encontro principal. Decorridos 12 minutos de luta, o ponta direita do Íbis, aproveitando uma indecisão da zaga local, obtém o primeiro tento da tarde, o que lhes garantiu uma estréia auspiciosa nos desportos suburbanos.

No período final, os players vascaínos tudo fizeram para anular a vantagem dos visitantes sendo mesmo exigido a substituição do árbitro e abusado do jogo violento, mas, não conseguiram romper a defensiva do Íbis, que saiu invicta no seu primeiro encontro. A peleja terminou, pois, com a justa vitória dos rapazes da tecelagem de seda e algodão, pelo score mínimo "
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Antigo Escudo do Ibis
O tradicional e antigo escudo do Ibis, utilizado até 31 de dezembro de 2008, mas retornou depois.

Íbis SC
Utilizado após 31/Dez/2008, e criado pelo Ibis Marketing. Depois de um periodo, retornou ao tradicional.


Ozir Ramos Junior
Ozir Ramos Junior, Presidente do Ibis.
Foto de Março/2011 no Blog da Federação Pernambucana de Futebol


Durval, um dos primeiros goleiros
Durval, um dos primeiros goleiros do Íbis
Fonte: Donosdoclube


Camisa do Íbis em 2008
camisa utilizada em 2008


Mascote do Íbis
O Pássaro Preto é o Mascote
 
O título de "Pior do Mundo"

Em mais de 70 anos de existência, a principal conquista do Íbis, foi o título "honorário" de pior time do mundo. A notoriedade começou no campeonato pernambucano de 1979, cujo balanço do Íbis foi o seguinte: doze jogos, doze derrotas, 51 gols contra e um a favor (marcado contra pelo zagueiro Cícero, do Sport, na goleada de 8x1). Mesmo após passar anos sem ganhar um único jogo e levando goleadas "estrondosas", o clube só foi rebaixado para a segunda divisão em 1995.

As dificuldades do clube, porém, vem de longe. No campeonato de 1950, em um dos jogos, só apareceram seis jogadores. O limite mínimo da partida era de sete atletas.

Para completar o time, o ex-presidente Ozir Ramos calçou as chuteiras e entrou em campo. "Pior time do mundo" virou um tipo de slogan do clube, que assim passou a ser noticiado em todo o Brasil e até nos EUA, onde a sucessão de derrotas chegou a ser citada em uma edição do "New York Times", um dos jornais mais importantes do mundo.

Afinal como lembra Ozir, para o rubro-negro mais que competir o "importante é existir".

Jogadores na Seleção Brasileira

Se o time principal só deu vexame, as divisões inferiores, pelo menos, têm um passado mais glorioso. Foi no Íbis que começou Vavá, bi-campeão mundial em 1958 e 1962, a dar seus primeiros passos com a bola . Outros dois ex-jogadores de Seleção Brasileira que usaram a camisa rubro-negra foram o lateral santista Rildo, em 1959, e o meia direita Bodinho, sensação do Internacional de Porto Alegre, na década de 50.

E os anos seguem...

Em 1999, o Íbis conquistou o vice-campeonato Estadual da Segunda Divisão, garantindo seu retorno à elite do futebol pernambucano no ano de 2000.

Em 01 de junho de 2011, a Federação Pernambucana desclassifica o Íbis e mais seis clubes da disputa da segunda divisão. O motivo: não cumprimento do prazo para inscrição de atletas.

Em 2018 o Ibis chega até as quartas de finais do campeonato pernambucano da Série A2, caindo no penais (5x4), após dois empates com o Serrano (1x1 e 0x0).

Em 2021 o Íbis conquista o vice-campeonato da Série A2, a segunda divisão, e retorna para a "elite" do futebol pernambucano. A fase descisiva contou com 4 equipes, Caruaru City, Ibis, Petrolina e America de Recife. O Caruaru foi campeão com o mesmo numero de pontos do "Pássaro Preto" (cinco), levando o título no saldo de gols. No Campeonato Pernambucano da Série A1 de 2022 garantiu permanência na edição 2023.

A HISTÓRIA CONTADA POR CHICO DO TÁXI à Revista Placar no ano de 1984 (*1)

O Íbis Somos Nós
Um belo dia, no Recife, jogaram Santa Cruz e Íbis. De repente, um milagre acontece: o Íbis marca um gol, fato raro em sua história. Emudecida, a torcida do grande Santa Cruz percebe que um solitário homem comemora o feito. E parte para cima dele, tentando calar seu grito.

O torcedor do Íbis só não saiu moído do estádio porque o ex-lutador Pantera, torcedor-símbolo do Santa, apartou o massacre, com um argumento convincente: "Se vocês matarem esse homem, vão matar toda torcida do Íbis !"

O futebol é pouco, mas que simpatia !
Chico do TáxiAquele homem era Francisco Imperiano, o Chico do Táxi (foto ao lado), motorista aposentado, 60 anos, ironicamente apontado em Recife como o único torcedor do fragilíssimo Íbis Sport Club, tradicional saco de pancadas do futebol pernambucano.

Alto, grisalho, mãos trêmulas, Chico do Táxi é a memória viva (talvez a única) da história do Íbis. É só puxar conversa para ver:

"O Íbis foi fundado em 1938, pela Tecelagem de Seda e Algodão de Pernambuco, mas só em 1946 passou a disputar o campeonato da primeira divisão. Naquele ano, foi campeão juvenil, derrotando o Náutico, na final, por 2 a 1, gols de Saturnino. O time era este: Ferro Velho, Cido e Amaro; Galego, Nelson e Odilon; Arnaldo, Carioca, Saturnino, Pedrinho e Santo Cristo".

E Chico do Táxi vai desfiando suas memórias, relembrando, sempre que possível, as ralas glórias do Íbis, nome do pássaro preto que é símbolo da tecelagem que lhe deu origem. Chico conta os casos com a mesma paixão de quem, quando na ativa, carregava em seu táxi o material dos jogadores para o local dos treinos ou dos jogos, e ainda hoje é visto levando água mineral para o vestiário do seu time, nos intervalos dos jogos.

Os mais velhos, em Recife, lembram-se que o Íbis, até o final dos anos 50, era time de respeito, de amedrontar os grandes e vender caro as derrotas. Então a Tecelagem de Seda e Algodão de Pernambuco desistiu de patrocinar o clube, mandando que o seu então presidente, Amaro Silva, enviasse à Federação o pedido de desfiliação do clube. Mas o ex-jogador e hoje presidente do clube, Ozir Ramos, não só sumiu com o ofício como levou o patrimônio do Íbis para sua casa. E a casa de Ozir virou sede do time, condição que persiste até hoje.

O fato, porém, é que o Íbis deixou de ser aquele osso duro de roer, para se tornar fraquinho como é.

Certamente, não seria com nenhum orgulho que o velho Chico do Táxi descreveria a campanha do seu time no campeonato pernambucano de 83: íultimo colocado, 5 pontos ganhos em 18 jogos, nenhuma vitória, 13 derrotas, 5 empates; 11 gols a favor (neste item só superou o Ferroviário, que marcou 5); defesa mais vazada, sofrendo nada menos que 73 gols; finalmente no fim do campeonato, registrava um débito de mais de 1 milhão de cruzeiros junto à Federação Pernambucana.

Mas, se falta futebol ao Íbis, não lhe falta simpatia.


Pesquisas realizadas por Sidney Barbosa da SilvaSidney Barbosa da Silva.
Fontes: Jornal do Commercio. Página 6. Sexta-feira, 18 de novembro de 1938; Donosdoclube, www.arquivodeclubes.com, www.campeoesdofutebol.com.br, Revista Placar, 500 Maiores Times do Brasil, de maio/1997; (*1) Texto extraído da Revista Placar, de 13/Janeiro/1984, matéria de Lenivaldo Aragão.
Página adicionada em 27/Julho/2011; atualizada em 24/Julho/2022.