Campeões do Futebol

Quinze grandes jogadores estão brilhando nos mais famosos quadros da Itália, França e Portugal.

Do "pioneiro" Yeso até os últimos chegados na Itália: Dido e Fernando Fantoni.

Que o jogador brasileiro seja dos melhores e talvez, individualmente o melhor do mundo, ninguem ignorava, pelo mundo inteiro.Seria normal, portanto, que os grandes e ricos clubes europeus viessem procurar numerosos astros neste país. Mas a verdade é que os profissionais cariocas e paulistas são muito bem pagos (e sempre o foram) Além do que é conhecido que quem nasceu nesta terra bendita não pode afastar-se dela sem sentir-se invadido em breve por profundas e terríveis saudades.

E até há poucos meses atrás, só se expatriavam portanto, para o outro lado do Atlântico, uns moços mais ambiciosos, porém quase sempre de categoria técnica sómente regular, com raras exceções. Mas a proibição surgida da Itália de recrutar novos estrangeiros, por um lado, e a situação favorável ao contrário aos sulamericanos, provocada, por um lado, pela própria Lei italiana (caso da dupla nacionalidade) e pelas medidas especiais tomadas pela Federação do "calcio", fizeram com que os clubes da Península se decidissem a gastar autênticas fortunas de milhões e milhões de liras para a conquista de astros brasileiros, teóricamente "oriundi" italianos, isto é, filhos ou netos de italianos natos.

Portugal, animado com os brilhantes resultados conquistados por Oto Glória, começou também a recrutar aqui não apenas técnicos, mas também jogadores. E acrescentando mais uns bons elementos que estão atuando desde há anos na França, chegamos assim a um total de quinze jogadores brasileiros que estão jogando atualmente, todos de forma magnífica, aliás, do outro lado do Atlântico.

YESO (MONSIEUR AMALFI) - destes quinze citados, foi o pioneiro

O paulista Yeso fêz figura de "pioneiro" no caso de emigração de jogadores brasileiros. Há mais de cinco anos, com efeito, que está na França, pois chegou a Nice em agosto de 1950, imediatamente depois do Campeonato Mundial disputado no Brasil.

"Monsieur Amalfi" jogou sucessivamente no "O.G.C. de Nice", no Monaco, no Torino (Itália), no Racing de Paris e está atualmente no Red Star da capital francesa, um dos líderes da segunda divisão gaulesa. Tinha até conquistado um lugar na Primeira Divisão em fins da última temporada, mas foi rebaixado devido a um caso infeliz de subôrno em que foi implicado seu técnico, desclassificado para sempre.

Yeso está brilhando no Red Star, como brilhava no Racing e tem aliás, seu público pessoal que vai ao Estádio para saborear suas exibições técnicas, de estilo tipicamente brasileiro, seja qual for o clube em que esteja atuando. E todos já sabem aqui que Yeso soube tornar-se uma figura popular da "vida parisiense".

Confira abaixo, nome como era chamado o jogador no Brasil e como passou a ser chamado no novo clube; o último clube em que atuou no Brasil e o atual na Europa.

Fonte: Revista Manchete Esportiva (RJ), Edição 00006, de 31 Dez 1955. Pesquisa: Sidney Barbosa da Silva - Página adicionada em 18 Janeiro 2023.