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Este arquivo faz parte do livro "Notas de Uma História Comparada", de Laércio Becker, sobre a história dos clubes com nome Auto Esporte ( Auto (AL)   Auto (AM)   Auto (PE)   Auto (PI)   Auto (SP) )

Segundo Walfredo Marques, foi fundado em 07.11.36, entrou em inatividade e voltou à ativa em 07.11.37; “mais adiante, por motivos que ignoramos, passou a comemorar sua fundação em 7 de setembro de cada ano” (A história do futebol paraibano, p. 110).

O clube foi fundado por motoristas de João Pessoa e houve tempo em que somente motoristas jogavam no time. Sua história é marcada por longos jejuns entre títulos, de 17 e 29 anos. Jejuns modestos, nada de faquir, se comparados aos dos recordistas mundial e brasileiro nesse quesito, que são, respectivamente: Blackburn, da Inglaterra, 81 anos (de 1914 a 1995), e Vitória-BA, 44 anos (de 1909 a 1953).

Em 1939, o Auto Esporte foi campeão invicto. Venceu o Treze por 3x2, o União por 2x1, o Sport Club de João Pessoa por 3x2, o Palmeiras por 2x1, empatou em 1x1 com o Botafogo e encerrou a temporada aplicando 7x1 no Felipéa. Time campeão de 1939: Terceiro (Lins); Biu (Lucena), Zé-Novo, Henrique, Gerson e Aluízio; Néco de Cabedelo, Formiga (Pé de Aço), Pitôta, Pedrinho e Misael.

Devido a uma crise política no clube, Josaphat Fialho, presidente do Sindicato dos Motoristas em 1938, teve de receber a presidência do Auto Esporte no pé do relógio da Praça Vidal de Negreiros. Desde então, o Auto Esporte passou a se reunir na sede do Sindicato (depois Sindicato dos Rodoviários), cujo Estatuto foi alterado, para criar um Departamento de Futebol e, assim, amparar e influenciar o clube.

Em 13.08.51, o Auto Esporte realizou sua primeira partida internacional, contra a tripulação do barco argentino Punta Del Loyola, que estava ancorado no porto de Cabedelo. O grêmio volante, que venceu por 5x1, atuou com: Ferrinho, Santos e Nathanael; Adalberto, Marcial e Negrinho; Caveirinha, Ribeiro, Veneno, Nuca e Nóca.

Em 1953, foi cogitada a mudança do nome “Auto Sport Club” para “Associação Esportiva do Comércio”.

O campeonato de 1956 ficou dois anos sub judice, graças a um recurso do Botafogo. Em 1958, o título foi finalmente decidido numa “melhor de três” com o Auto Esporte, que ganhou as duas partidas iniciais por 2x1, com jogadores que não fizeram uma só partida do campeonato de 1956 mas, inscritos dois anos depois, tiveram condição de jogo. Time das finais do campeonato de 1956, jogadas em 1958: Freire, Calado e Lucas; Xavier, Antônio Américo e Croinha; Pitada, China, Delgado, Massangana e Alfredinho.

Ainda em 1958, o Auto Esporte sagrou-se campeão também do campeonato de 1958. Enfim, um leigo em futebol poderia achar que foi “bi-campeão” no mesmo ano. Na final, jogada em 21.12.58, bateu o Íbis-PB (evidentemente, trata-se de homônimo do “pior do mundo”) por 3x1, com o seguinte elenco: Agostinho, Wilson e Américo; Elcio, Joca e Croinha; Tito, China, Macau, Alfredinho (1 gol) e Piau (2 gols).

Como campeão do ano anterior, o Auto Esporte conquistou uma vaga na primeira edição da Taça Brasil, de 1959. Nesse torneio, disputado no sistema de partidas eliminatórias diretas (o popular “mata-mata”), foi eliminado na partida inaugural, em 23.08.59, ao perder por 3x0 para o Sport Club do Recife, em João Pessoa. Escalação do time eliminado: Agostinho, Gavião e Kleber; Marajó, Américo e Negrinho; China, Macau, Chiclete, Elcio e Piau.

Em 01.12.59, o Auto Esporte foi jogar um amistoso em Itabaiana-PB, contra a seleção local, quando o ônibus em que viajava o time sofreu uma pane. Após uma caminhada de um quilômetro, os jogadores pegaram carona com um ônibus de linha. Como já estava lotado, a delegação foi “acomodada” (melhor seria dizer “incomodada”) sobre a bagagem e na parte superior do veículo. No caminho, furou o pneu traseiro. Então os jogadores tiveram de caminhar o trecho final até o estádio, levando a bagagem nas mãos. Após essa heterodoxa “preparação física”, o jogo. Aos 20 do segundo tempo, após a substituição do goleiro do Auto Esporte, o juiz paralisou a partida, alegando que o goleiro reserva tinha entrado em campo sem avisar. O Auto Esporte alegou que ele já tinha começado a jogar e que não dispunha de outro goleiro, ao que o juiz resolveu marcar um pênalti contra o grêmio volante. Não vendo alternativa, o time visitante retirou-se de campo, com 0x0 no marcador.

Em 1967, houve, em João Pessoa, um torneio interestadual chamado “Festival da Bola”, em comemoração à fusão do Auto Esporte com o Esporte Clube União, que formaria o Auto União. A fusão acabou logo apos o fim do torneio, por divergências entre os dois clubes.

Veja também: Matéria sobre o título de 1987, 26 anos depois.


Pesquisas de Laércio Becker.
Página adicionada em 29/Setembro/2009 - revisada em 04/Abril/2021.