A Fundação do Rio Branco Football ClubFoi numa noite - 2 de junho de 1914 - que Luiz Esteves Junior e Pedro Freire estavam andando pela Rua 24 de Maio, quando Pedro, casualmente, chutou uma pedra. Achando engraçado aquilo, os dois passaram a discutir futebol, esporte que tinha aparecido no Ceará, pela primeira vez, em 1903, trazido por marinheiros ingleses que aportaram em Fortaleza. Os dois caminhavam até a praça do Ferreira. Pararam no Café Art Nouveau - esquina da Guilherme Rocha - e decidiram fundar um clube de futebol. No café, com outros rapazes, a idéia foi amadurecendo. Na mesma noite, foram até a casa de Luiz Esteves, a Rua Tristão Gonçalves, numero 6, e resolveram fundar o clube. Conseguiram registrar logo 24 sócios, sob a presidência de Gilberto Gurgel. Reuniram-se em assembléia e nascia o Rio Branco Football Club.
Para as primeiras despesas, organizou-se uma subscrição entre os associados, levantando-se uma quantia, fantástica para a época, de 2200 réis. Outra coisa que ficou bem claro deste a fundação do Rio Branco foram as cores que seus jogadores usariam em campo. Seriam discretas: camisas lilás, calções brancos.
Entre os primeiros grandes incentivadores do novo clube - e que participaram da primeira reunião do Rio Branco, claro, a de fundação - estavam sempre presentes Gilberto Gurgel (foto ao lado), eleito o presidente; Luís Esteves Júnior, Pedro Freire, Newton Rola, Walter Barroso, Bolívar Purcel, Aluísio Mamede, Orlando Olsen, Raimundo Padilha, Ninito Justa, Meton de Alencar Pinto, Gotardo Moraes, Arthur de Albuquerque, Cincinato Costa, Carlos Calmon, Eurico Medeiros, José Elias e Rolando Emílio.
Esses homens conseguiram fazer do Rio Branco, apesar de ser fundado no mesmo ano do Tabajara e do Maranguape, que por muito tempo foi uma das principais forças do futebol cearense - o clube mais simpatico de Fortaleza logo no primeiro ano. Ninguém perdia uma partida do Rio Branco e sua torcida foi crescendo rapidamente. Tanto no campo do Prado, como nos campos da Estação e Lagoinha, as melhores famílias do Estado iam incentivar o novo clube.
Primeiro títuloNo ano de seu surgimento, o Rio Branco disputou um campeonato que foi organizado pelos próprios clubes. Na partida final, realizada em 22 de outubro, o Rio Branco conquistou o título, vencendo o Rio Negro por 1x0, gol assinalado por Olsen. Naquele dia, os campeões formaram da seguinte maneira: Aldo, Garcia e Speedy; Célio, Carlito e Gotardo; Abreu, Pinto, Meton, Olsen e Ninito.
A mudança de nome para Ceará SportingQuando o Rio Branco fez um ano de fundação, sua diretoria convocou uma reunião de todos os sócios e organizou-se uma assembléia geral para a discussão do novo nome do time. Queriam um nome que projetasse melhor o clube, o Estado, a região. Aí, ficou decidido que a partir do dia 2 de junho de 1915, o Rio Branco passaria a ser denominado de Ceará Sporting Club.
Resolveram também que o uniforme sofreria uma completa mudança nas cores: perdia o lilás, mantinha o branco e adotava o preto. Assim, as camisas listradas, em vertical, preto e branco, com calções brancos, passaram a ser usados - e ate hoje é a oficial do clube, que também tem outros padrões, prevalecendo o modismo, porem mantendo as cores alvinegras.
Daí para frente, o Ceará foi conquistando inúmeros títulos, como: o pentacampeonato cearense de 1915 a 1919 (veja »
homologação), campeonato da Copa Norte-Nordeste de 69, tetracampeonato de 1974 a 1978, vice-campeão da Copa do Brasil de 1994, o tetracampeonato de 1996 a 1999 e muitos outros títulos.
Os escudos do clube
Pela ordem: Primeiro escudo, ainda como Rio Branco; O Primeiro escudo, agora como Ceará SC, utilizado de 1915 a 1954; O Segundo escudo, utilizado de 1955 a 1969; O Terceiro escudo, utilizado de 1970 a 2003; e o atual escudo, utilizado desde 2003
Vozão - o Mascote
Para muitos, o apelido Vovô é devido ao fato do Ceará Sporting Club ser o mais velho clube do estado.
Um depoimento de Aníbal Câmara Bonfim, um dos fundadores do América Futebol Club, conta a real história. Segundo o dirigente americano, os meninos alvi-rubros costumavam treinar no campo do Ceará. Nesta época, o presidente do Ceará, Meton de Alencar Pinto, de forma alegre, começou a tratá-los de “meus netinhos”. Ao encontrar com os garotos do América no campo alvinegro, Meton saía sempre com a mesma brincadeira: “Vamos, meus netinhos, vamos aprender bem para açoitar o Fortaleza. Mas respeitem o Vovô aqui”.
Dessa forma, o apelido ficou eternizado e quando alguém fala no Vovô, não há nesse país quem goste de futebol, que não associe ao Ceará Sporting Club, embora o Vovô também seja usado como mascote pelo Coritiba. Essa figura simpática que é o Vovô foi desenhado ao longo dos anos de várias formas.
Campeões do Futebol
